domingo, 11 de dezembro de 2011

Só Neymar pode parar o Barcelona...

Depois de jogada a fase preliminar do Mundial de Clubes, no Japão, não resta a menor dúvida de que a final do torneio deve nos reservar mesmo o privilégio de ter o maior confronto do ano. De um lado do Santos, que não deverá ter dificuldade para derrotar o Kashiwa de Nelsinho Batista; de outro, o Barcelona, que seguramente irá atropelar quem quer que seja na partida prévia da decisão. Contando que um raio Mazembe não cai duas vezes no mesmo lugar, é hora pois de contar os dias para o grande clássico do futebol mundial da atualidade, o grande embate entre Neymar e Messi. Ou melhor, entre Neymar e Messi & Cia., uma vez que o Barcelona é um conjunto de craques que está acima do talento individual de quem quer que seja o seu maior expoente.

Dá gosto ver o Barcelona jogar. É pura excelência. É como ver Mike Tyson no ringue, ouvir o ronco de uma Ferrari, assistir a um desfile de Gisele Bundchen. Impossível ver defeito e não se deixar inebriar pela qualidade do espetáculo. Só mesmo o Santos, dado a esse momento iluminado de Neymar, pode-se se dar ao direito de cometer a desfaçatez de achar que pode derrotar o Barcelona. O Real Madrid, mesmo com o peso de suas estrelas, a força de sua torcida e a auto-suficiência de Mourinho não foi capaz, na noite de sábado. Pelo contrário. Iludiu-se com a glória de um gol a 23 segundos de partida e, ao final, acabou escapando de um sapeca-iaiá histórico. A vitória por 3 a 1 do Barça, em pleno Bernabeu, foi insuficiente para refletir a superioridade do Barcelona.

 Uma superioridade que se deve ao inacreditável senso tático da equipe comandada por Pepe Guardiola. O Barça é uma academia de futebol e seus jogos são uma aula para quem gosta desse esporte. O espírito coletivo do jogo está acima de qualquer vaidade e as variações táticas mostram o quanto o time catalão está acima dos demais. O Barça é hoje o que melhor exprime a melhor definição de futebol que eu conheço, um pérola de autoria do técnico Cilinho. “O futebol é a engenharia do espaço”, dizia mestre Cilinho lá pelo final dos anos 80... O tempo passou e poucos foram os times que souberam levar essa máxima para o campo.

Há quem compare o Barcelona de hoje ao carrossel holandês criado por Rinus Mitchels nas Copas de 74-78. Parece, mas há algo substancialmente diferente entre essas duas escolas de futebol. No futebol-total da Holanda quase não havia espaço para a magia, para o lado lúdico do futebol. O que, com o Barça está sempre presente. Raras vezes a beleza andou de mãos dadas com a eficiência e as duas derrotas da Holanda nas Copas é meio que um castigo ao revolucionário jeito de jogar de Cruyff e companhia. O Barcelona, ao contrário, só vence,  vence, vence... E joga igual contra o Nogueirópolis FC, o time do meu amigo Wanderley Nogueira, e o Real Madrid. Seja aonde for, a hora que for, com o tempo que for.

O último desafio a esse time fantástico, quase imbatível, é o Santos de Neymar. Por isso todos nós, amantes do futebol, devemos olhar para o relógio como quem conta as horas para o grande duelo. Não importa o resultado, nós somos privilegiados por poder assistir a esse mágico momento da história do futebol.

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