quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Os desafios do novo ministro do Esporte

O deputado Aldo Rebelo saiu, digamos, da clandestinidade da opinião pública, quando ganhou as manchetes do noticiário esportivo de todo o Brasil como o relator da CPI da Nike, que tinha como objetivo investigar as denúncias de irregularidades da gestão de Ricardo Teixeira na presidência da CBF. O que, a princípio, parecia o início da redenção do futebol brasileiro, ficou só na ameaça, pois a força da chamada bancada da bola esvaziou politicamente as boas intenções das investigações. Ninguém foi preso, ninguém foi condenado, ninguém foi culpado... e assim caminhou o futebol brasileiro, dominado pelos mesmos patrões.

Aldo Rebelo, no entanto, saiu fortalecido do processo. E, por mais que tenha cometido deslizes políticos depois disso, chega hoje ao Ministério do Esporte com uma biografia que se deve respeitar. Tomara mesmo ele possa rever os descaminhos que derrubram Orlando Silva do cargo e saiba conduzir a pasta de maneira mais honrosa. O país precisa que seja assim. Afinal, o Brasil é a bola da vez aos olhos do mundo, com a Copa-14 e as Olimpíadas-16, e náo pode ficar sob suspeita. Lutamos tanto contra o complexo de vira-latas, criado pelo gênio Nelson Rodrigues, que não podemos correr o risco de voltar a ver o país olhado com desconfiança na comunidade internacional. A política e os políticos não podem jogar na lata do lixo as conquistas da sociedade, que amadureceu à custa de muito sacrifício.

O novo ministro não tem o direito de priorizar as questões partidárias. Pelo contrário, deve expor todas as mazelas do seu PC do B se esse for o preço de fazer uma faxina moral nos negócios, acordos e contratos do Ministério do Esporte com essas tais ONGs oportunistas. Como dizia Lula, tem que cortar na carne. Como diz Dilma, não há de se tolerar os malfeitos do seu governo. A CPI da Nike, que não deu em nada, é uma boa licão que, espero, o deputado Aldo Rebelo tenha aprendido para se certificar que no esporte, assim como na política, as raposas estão sempre de plantão.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um rei que não perde a majestade

Nem Leão no São Paulo, nem o perde e ganha do Brasileirão, nem o cai-nao-cai do ministro do Esporte, nem o vexame do futebol masculino nos Jogos Pan-Americanos. Hoje peço licença a todos vocês, caros e raros leitores, para falar do Rei Pelé, que chega aos 71 anos sem perder a majestade.

Sempre que posso, seja qual for o canal de comunicação que me estiver disponível, faço questão de reverenciar Pelé. Até mesmo quando não há, aparentemente, um motivo que traga Pelé para a pauta do dia. Afinal, Pelé está acima dos fatos. Logo, é desnecessário elencar tudo o que ele fez na carreira de jogador de futebol. Tal como é irrelevante apontar seus pequenos deslizes depois que pendurou as chuteiras. E absolutamente improdutivo entrar na polêmica que os argentinos querem manter acesa, comparando-o a Di Stéfano, Maradona, Messi...Os argentinos sabem que Pelé é único como Gardel! E olhe lá...

Em mais de 30 anos de carreira no jornalismo, estive algumas vezes com Pelé. Ele já tinha parado de jogar quando fui entrevistá-lo pela primeira vez, no finalzinho dos anos 80. Chegar até ele demandou uma série de contatos prévios com o mesmo Pepito que, ainda hoje, trabalha para o Rei fazendo um filtro dos pedidos de entrevista, como uma espécie de assessor de imprensa sem pasta. A vantagem dessa escala é que, quem passa pelo crivo de Pepito, quando chega ao encontro de Pelé encontra um sujeito acessível, gentil, solícito, quase desarmado. Foi assim que Pelé me recebeu num luxuoso apartamento que mantinha nos Jardins, em São Paulo. Eu, ainda foca, entrei tremendo na sala, com uma reprodução de uma capa do jornal A Gazeta Esportiva, cuja manchete era PELÉ, JOGAI POR NÓS!, publicada durante a Copa de 66.

Mergulhei nessas lembranças de três décadas, no dia do 71 aniversário de Pelé, para reafirmar que Pelé é único, diferente de tudo o que a gente vê hoje por aí.

Num momento em que o futebol sofre com a falta de talentos e com o excesso dos falsos craques, a lembrança de Pelé é um alento.

Num momento em que o ministro do Esporte parece engolido pelo turbilhão de suas ligações perigosas com ONGs oportunistas, o passado de Pelé é um consolo.

 Num momento em qualquer jogador meia-boca desfila com o rei na barriga, a imgem de Pelé é um divisor de águas.

Num momento em que eu acho que estou ficando velho demais para suportar esse futebol onde imperam os medíocres, a história de Pelé me dá forças para continuar acreditando que amanhã vai ser um dia melhor que hoje.

E assim, esperançoso, eu vou tocando a vida, feliz por saber que Pelé está vivo nas minhas memórias. Obrigado e parabéns, meu Rei!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Um dia para entrar na história do Corinthians

Impossível deixar de registrar que este 20 de outubro de 2011 é uma data histórica para o Corinthians. A confirmação dada hoje pela Fifa de que o futuro estádio de Itaquera será o palco de abertura da Copa do Mundo de 2014 (mais exatamente em 12 de junho de 2014) é a sublimação de um sonho, que ao longo desses 100 anos de história arrastou-se como um pesadelo nas costas de todo corintiano vivo ou morto.

Estou bem à vontade para dizer isso porque fui um dos jornalistas mais descrentes em relacão ao estádio corintiano. Talvez porque tenha sido iludido tantas outras vezes no passado, custei a acreditar que, desta vez, seria diferente. Foram tantas promessas, tantos projetos engavetados, tantas maquetes perdidas no tempo que cheguei a duvidar que o sonho pudesse virar realidade, mesmo agora,  com um indisfarçável empenho pessoal do presidente da República, e com as benesses das verbas dos governos federal, estadual e municipal.

Mas, o fato é que, com o aval da Fifa, hoje não resta mais dúvida que o estádio em Itaquera vai sair mesmo. Moderno, adaptado aos padrões internacionais, rentável, digno de sediar a abertura de um campeonato mundial. E é preciso reconhecer que essa é uma vitória de todos os corintianos, mas, especialmente, do presidente Andres Sanchez. Por natureza, não gosto de fazer elogios a dirigentes de futebol, pois sei que eles não costumam sustentar de pé o que dizem sentados. Mas é preciso ser justo e reconhecer em Andres um papel fundamental nesse projeto do estádio corintiano. Ele superou as dificuldades, a falta imediata de recursos e não se curvou diante dos preconceitos que havia em relacão a sua figura quase folclórica, ao clube e ao bairro de Itaquera.

Também há que se destacar o papel fundamental de Ronaldo em toda esse conto de fadas. Dá até para dizer que a história do Corinthians poderá ser contada no futuro, dividindo-se em dois períodos _ antes de Ronaldo e depois de Ronaldo. A passagem do Fenômeno pelo Corinthians colocou o clube num outro patamar, especialmente no mercado mundial. Ele abriu muitas portas para o Corinthians transformar-se num clube de maior projeção internacional, mesmo sem nunca ter ganho um título de prestígio. O Mundial de Clubes, aqui entre nós, tem o demérito de não ter feito escala na Libertadores da América. Ronaldo, por isso e muito mais, valeu todos os centavos que ganhou no Corinthians e foi um dos maiores e mais eficientes investimentos em marketing que o clube desenvolveu em um século de história.

O blog, pois, não poderia deixar passar essa data em branco... e preto. Parabéns a toda Nação Corintiana por esse dia de glória.

Com a bênção de São Jorge, o santo guerreiro, a Copa do Brasil vai começar no Fielzão.
NN

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A noite em que a Lusa dançou o "desvira"

Emocionante a festa dos jogadores e da torcida da Portuguesa, terça-feira à noite, no Canindé, comemorando a volta virtual à Série A do Campeonato Brasileiro. Falta só a confirmação da matemática, mas os matemáticos já garantem que, com 63 pontos ganhos, não há como a Lusa ficar fora da elite no ano que vem.

O entusiasmo justifica até a heresia de comparar o time do Canindé ao Barcelona, posto que esta foi a forma que a torcida encontrou para exaltar seus heróis. Faz parte. É até divertido como os lusitanos brincam com esse delírio, batizando seus jogadores à imagem e semelhança dos craques do Barça. Ananiesta, por exemplo, é um achado da criatividade e uma pérola do bom-humor. Ah, como seria bom se o futebol fosse sempre assim, lúdico, fantasioso, inventivo, quase inocente...

Um vez de volta à elite, a Lusa tem agora a dificil missão de permanecer nela. E, para tanto, não vai poder cometer os erros do passado. Imagino que a licão dos fracassos anteriores tenha sido aprendida e que, agora, a história será diferente. É preciso manter o time, trazer reforços, dar um jeito de segurar o técnico Jorginho e, finalmente, pensar grande. Esse é o desafio da Lusa, que por anos a fio foi se apequenando, sem se dar conta de sua própria grandeza.

A Leões da Fabulosa já "desvirou" a faixa que, estendida de ponta-cabeça, protestava contra o passado de trevas. De modo que o vira, tradicional dança da colônia lusitana, bem que poderia ser rebatizado de desvira.

Bem vinda, ora pois, de volta à Série A, Lusa!
Parabéns, Ananiesta, Pelédno... e Cia.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

E agora, Juvenal?

Lembro como se fosse hoje o dia em que, ao demitir Muricy Ramalho, o presidente Juvenal Juvêncio, do alto de sua arrogância, disse que o recém-conquistado tricampeonato brasileiro era mais mérito da estrutura do clube do que da competëncia pessoal do treinador. O tempo serviu pra provar que a conviccão de Juvenal, se não era uma mentira, era uma verdade relativa. Afinal, fora do Morumbi, Muricy continuou colecionando títulos, enquanto o São Paulo foi colecionando treinadores demitidos, todos eles vítimas dos maus resultados que se sucederam.

Muricy, campeão brasileiro pelo Fluminense e campeão paulista e da Libertadores pelo Santos, hoje às vésperas de brigar pelo titulo mundial de clubes, assiste de camarote à lenta e gradual desmistificação da tal estrutura do São Paulo.

É preciso que se diga, no entanto, a bem da verdade, que Juvenal Juvêncio bancou até onde pode a permanência de Muricy no São Paulo, resistindo a uma campanha interna contra o treinador. Muitos diretores fritavam o técnico porque, com ele, nunca tiveram muito espaço nos vestiários, nas concentrações e nos campos de treinamento do CT. Muricy, eterno ranzinza, não é desses treinadores que deixam a cartolagem inútil gravitar em torno dos jogadores para parecer influente.

Essa postura de poucos amigos criou várias áreas de atrito para Muricy, que se manteve no cargo graças ao apoio do presidente e, lógico, aos resultados do time em campo. Os que vieram depois dele não se sustentaram, justamente porque não tiveram a mesma performance. Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Paulo César Carpegiani e, agora, Adílson Batista, são vítimas da cultura do resultado impregnada no futebol brasileiro.

É evidente que o São Paulo tem mesmo uma estrutura invejável, só encontrada em meia dúzia de clubes do Brasil se tanto. Mas não adianta ter um bom CT, boa concentração, equipamentos de última geração e bons salários se o clube não tem gente competente para fazer a roda andar. E, nisso, parece que o São Paulo tem cometido erros de avaliação que estão lhe custando muito caro. Pois não foi só Muricy que acabou dispensado na ilusão de que a estrutura estava acima dos bons profissionais. Basta lembrar que, recentemente, o São Paulo demitiu o preparador físico Carlinhos Neves e o fisiologista Turíbio de Barros, que estava havia 25 anos no clube.

Será só uma simples coincidência? Não acredito. Como dizia o velho e sábio Oto Glória, técnico brasileiro que chegou a dirigir a seleção de Portugal, no futebol, assim como na vida, não dá para fazer omelete sem ovos.

 Só com a galinha, ninguém faz milagre. Nem a pau, Juvenal!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Campeão por pontos perdidos... pelos outros

No meu tempo de garoto, e lá vai tempo..., os campeonatos eram de pontos corridos, como agora. Havia, no entanto, duas diferenças importantes: cada vitória valia apenas dois pontos ganhos e a tabela de classificação tinha como referencial o total de pontos perdidos.

À luz da matemática, essa parece ser a fórmula mais correta e é a que hoje deixaria o Botafogo em primeiro lugar nesse Brasileirão de eterno perde-ganha. Sim, porque de todos os pontos já disputados, o time da estrela Solitária é o que teve menos perdas. Tanto que se ganhar o jogo que tem a menos em relação aos outros candidatos ao título, ultrapassa Corinthians e Vasco em pontos ganhos. É o único nessa condição hoje.

 O duro é apostar em algum prognóstico nesse torneio, marcado, digamos assim, pelo equilíbrio da incompetência. Sim, incompetência, pois que, até agora, nenhum time que andou ali na zona da liderança soube aproveitar a chance para abrir uma folga. O Corinthians foi o que acumulou mais gordura, chegando a ficar sete pontos à frente do segundo colocado, mas depois que começou a mostrar a mesma irregularidade dos demais, jamais voltou a ser o que era.

é por isso que eu digo que, se o Botafogo é o lider por pontos perdidos, o Corinthians é o líder por pontos perdidos pelos outros. Outros como o Vasco, que na rodada deste meio de semana vacilou de novo, só empatou com o desesperado Atlético-PR, e perdeu mais uma chance de se distanciar.

 E assim devemos caminhar até a última rodada. O que me leva a voltar ao passado para ver, de novo, um campeão ser proclamado por pontos perdidos. Hoje é o Botafogo, mas quem se arrisca a apostar um dólar furado nele?

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Tem coisas que só acontecem com o Moradei...

O sábio Carlos Alberto Parreira já dizia que o gol é um mero detalhe do futebol. Aliás, quando disse isso, o técnico quase foi condenado à forca, porque muita gente entendeu, naquele contexto, que ele defendia um futebol jogado sem objetivo, sem desejo de vitória. Eu também embarquei nessa e só depois de muito tempo, numa conversa com Parreira nos bastidores de um programa de televisão, é que eu entendi o que de fato ele queria dizer. Na sua teoria, tamanha era a horizontalização dos processos do futebol em todo o mundo (treinos iguais, equipamentos iguais, táticas iguais, competências iguais em vários países), o placar de um jogo quase sempre era construído em cima de pequenos detalhes que escapavam de um planejamento. Para Parreira, o resultado de um jogo, muitas vezes, atendia aos desígneos da bola e não a uma semana de treinamento bem feito.

Lembrei de toda essa teoria, certamente ainda contestada por muita gente que entende de bola, para tentar encontrar uma explicação para a belíssima vitória do Botafogo sobre o Corinthians, ontem, no Pacaembu. Sem deixar de considerar que o Botafogo fez, taticamente, um primeiro tempo quase perfeito, acho que a tese do Parreira serve bem para explicar os 2 a 0. Afinal, se você, raro leitor, pegar o scout do jogo, verá que o Corinthians criou infinitas chances de gol a mais que o Botafogo; teve 20 escanteios a favor e só um contra, chutou 24 vezes ao gol contra 6 arremates dos cariocas, atuou boa parte do jogo com 11  contra 10, contou com 30 mil fiéis empurrando o time nas arquibancadas...E perdeu! Com tudo isso, deu Botafogo...

É dessa irracionalidade matemática do futebol que Parreira falava quando disse que o gol é só um detalhe. Quem comparar os números não há de acreditar no resultado final. Capricho da bola ou seja lá o que for, é essa imprecisão que faz do futebol o jogo mais apaixonante do planeta.

E vejam como o tal detalhe faz  mesmo a diferença. Nos dois gols do Botafogo a bola desviou em Moradei e matou o goleiro Júlio César. Dali pra frente, o Corinthians teve muitas chances de marcar, mas ficou no zero porque, em pelo menos três ocasiões, a bola desviou em Marcelo Mattos e foi pra fora. O azar de um foi a sorte do outro. A glória de um foi o castigo do outro.

Está claro que não se pode contestar a vitória do Botafogo, que poderia até ser mais contundente se o bandeirinha não tivesse anulado um dos gols mais legítimos da história do futebol mundial. Mas, vendo os dois lances em que a bola desvia no corintiano n vai para a rede, dá vontade de reinventar uma célebre frase do futebol brasileiro, eternamente atrelada aos percalços do Botafogo. Tem coisas que só acontecem com o Moradei...

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Blog do Nelsinho procura um nome

Meu guru no mundo dos blogs é o jornalista Fábio Salgueiro. Ninguém como ele me incentivou tanto a cair na rede, principalmente agora que descobri um tempo que não tinha para escrever assim, livremente, sem padrão e sem patrão. A ele devo um obrigado público, mas preciso confessar que o amigo foi, digamos, precipitado. Tanto assim que o blog foi para o ar com um nome fantasia (Blog do Nelsinho) que só estava valendo mesmo nos testes que fazíamos.

Você deve estar achando que agora é tarde, certo? Errado. Mesmo no ar, o blog ainda não está definitivamente batizado e conto com sugestões para dar um nome a ele. Além de ser contra o personalismo, tenho a certeza de que muita gente chegou antes de mim com a ideia de botar na rede o BLOG DO NELSINHO. Se você der um google vai entender o que estou falando. Nelsinho Piquet, por exemplo, está muitos km à minha frente...

Você pode ajudar, mandando sua sugestão direto nos comentários. Obrigado!

Os homens de bem do futebol pedem socorro

O que mais me choca nesse novo episódio de agressaão a jogador de futebol não é a covardia dessa gente. O que me causa mais espanto é a prepotência de achar que, agindo assim, esses tolos vão resolver os problemas do clube. Os que agrediram o indefeso Joao Vítor, hoje à tarde, no Palmeiras, devem ter fugido pra casa acreditando que agora o Verdão vai ganhar do Flamengo, embalar uma sequência de vitórias, ultrapassar os líderes e ser campeão brasileiro. Como se isso fosse possível assim, na base da força bruta, da ignorância, da irracionalidade.

Não há, em toda a história do futebol, casos em que a violência deu resultado. Pelo contrário. Pegue todos os casos recentes, de Edílson a Vágner Love, e veja que os clubes só foram prejudicados pelos bandos de tolos que confundem paixão com banditismo. Cenas como a de hoje só vão acabar quando a Polícia e o Ministério Público entrarem firme nesse jogo e botarem na cadeia quem não sabe viver em liberdade. 

Se minha conta não está errada, só há um torcedor preso em todo o Estado de São Paulo, culpado pela morte de um rival numa briga entre são-paulinos e palmeirenses, há alguns anos. É pouco, na medida em que só ele atrás das grades deixa cada dia mais patente a ideia de que, também para os valentões do futebol, a impunidade é um escudo.

Aí está uma boa oportunidade para o promotor Paulo Castilho fazer mais do que mero marketing em favor dos homens de bem que ainda existem (e resistem) no futebol.

domingo, 9 de outubro de 2011

Um blog que vai de iTaquera a iMac

Eu demorei tanto para criar um blog que, se bobeasse, o estádio do Corinthians iria ficar pronto primeiro. Confesso que estou impressionado com o ritmo das obras do Itaquerão, depois de ter acompanhado, com absoluta incredulidade, dezenas de outros projetos do tal Fielzão. Só de maquete eu devo ter visto umas dez, nesses 32 anos de jornalismo. Lembro até de ter feito matéria sobre o lançamento da pedra fundamental do estádio do povo, anunciado há duas décadas, pelo ex-presidente Vicente Matheus, ali mesmo onde hoje se ergue o sonho corintiano. O Corintião, para 200 mil pessoas, foi só mais uma das históricas mancadas do velho Matheus, que, dentre tantas pérolas, costumava agradecer a Antártica pelas brahmas que tinha mandado para o banquete de aniversário do clube... Mas parece que agora a coisa vai. Com dinheiro entrando pelo ladrão, com perdão da adaptação do velho dito popular, já não tenho mais dúvidas de que o estádio de abertura da Copa será o do Corinthians. Fato que deverá ser confirmado pela Fifa no próximo dia 20.
A construção desse blog também passou por várias promessas em vão, projetos não cumpridos, maquetes jogadas no lixo e cobranças de todas as partes. Ai, quando veio a notícia da morte do Steve Jobs, eu me convenci de que não dava mais para brincar de ficar fora do mundo digital. Todos os perfis e biografias que li sobre Jobs falavam de mudanças, transformações, sonhos... Por que não acreditar em mais essa contribuição que nos deixou o gênio que colocou o mundo na palma das nossas mãos.
Vou assim, de iTaquera a iMac, de Vicente Matheus a Steve Jobs, para provar que não há limite razoável para a pauta deste blog. Vem comigo!